As Cartas

Escrevo-te agora só para dizer-te que a Nikita...
Transcrição da Carta

Recebi tua carta n’estte momento.

            Escrevo-te agora só para dizer-te que a Nikita sahe no dia 3º do corrente, não sahim a mais tempo (manda-te dizer ella) porque estava chumbando os dentes…

Escrevo-te hoje para dar-te uma bôa noticia, ...
Transcrição da Carta

Escrevo-te hoje para dar-te uma bôa noticia, do contrário não te escreveria porque és uma ingrata que nem se lembra mais de mim, …

Querida Sinhoca, que hei de eu te dizer?...
Transcrição da Carta

Querida Sinhoca,

            Que hei de eu te dizer? Nem eu mesma o sei (extr. do allbum do Nicésio). Por falar n’esse cujo, me lembrei que elle (Nicésio) casou-se…

Querida Sinhoca, perdoa-me...
Transcrição da Carta

Querida Sinhoca,

            Perdoa-me se demoro á escrever-te, não tenho nada a dizer e estou tão zonza, ou tão estupida que não sei ligar duas idéas. …

Querida Sinhoca, Tu apostaste comprometer-me: ...
Transcrição da Carta

Querida Sinhoca,

            Tu apostaste comprometer-me: fallas-me no Amintas como se elle fosse meu namorado; é cousa que eu, felizmente, não tenho; …

Querida Sinhoca, Principio dizendo que estou doente. ...
Transcrição da Carta

Querida Sinhoca,

            Principio dizendo que estou doente. Não te respondi, como me pediste, logo que recebi tua carta porque o Doutor Pedro me prohibiu de fazer …

Querida Sinhoca Não te asssutes mais com a minha moléstia, ...
Transcrição da Carta

Querida Sinhoca

            Não te asssutes mais com a minha moléstia, que foi uma cousa atôa: tive uma congestão pulmonar, e bem sabes que essa doença só tem perigo logo que ataca. Já não lanço mais sangue. …

Querida Sinhóca, Deves estar furiosa Commigo, ...
Transcrição da Carta

Querida Sinhóca

            Deves estar furiosa commigo, e eu dou-te razão, mas depois que souberes que tenho continuado doente me desculparás, sim? Pois hoje, para te escrever, não fazes idéa a violencia  que fiz sobre mim …

As Cartas

Escrevo-te agora só para dizer-te que a Nikita...
Transcrição da Carta

Recebi tua carta n’estte momento.

            Escrevo-te agora só para dizer-te que a Nikita sahe no dia 3º do corrente, não sahim a mais tempo (manda-te dizer ella) porque estava chumbando os dentes…

Escrevo-te hoje para dar-te uma bôa noticia, ...
Transcrição da Carta

Escrevo-te hoje para dar-te uma bôa noticia, do contrário não te escreveria porque és uma ingrata que nem se lembra mais de mim, …

Querida Sinhoca, que hei de eu te dizer?...
Transcrição da Carta

Querida Sinhoca,

            Que hei de eu te dizer? Nem eu mesma o sei (extr. do allbum do Nicésio). Por falar n’esse cujo, me lembrei que elle (Nicésio) casou-se…

Querida Sinhoca, perdoa-me...
Transcrição da Carta

Querida Sinhoca,

            Perdoa-me se demoro á escrever-te, não tenho nada a dizer e estou tão zonza, ou tão estupida que não sei ligar duas idéas. …

Querida Sinhoca, Tu apostaste comprometer-me: ...
Transcrição da Carta

Querida Sinhoca,

            Tu apostaste comprometer-me: fallas-me no Amintas como se elle fosse meu namorado; é cousa que eu, felizmente, não tenho; …

Querida Sinhoca, Principio dizendo que estou doente. ...
Transcrição da Carta

Querida Sinhoca,

            Principio dizendo que estou doente. Não te respondi, como me pediste, logo que recebi tua carta porque o Doutor Pedro me prohibiu de fazer …

Querida Sinhoca Não te asssutes mais com a minha moléstia, ...
Transcrição da Carta

Querida Sinhoca

            Não te asssutes mais com a minha moléstia, que foi uma cousa atôa: tive uma congestão pulmonar, e bem sabes que essa doença só tem perigo logo que ataca. Já não lanço mais sangue. …

Querida Sinhóca, Deves estar furiosa Commigo, ...
Transcrição da Carta

Querida Sinhóca

            Deves estar furiosa commigo, e eu dou-te razão, mas depois que souberes que tenho continuado doente me desculparás, sim? Pois hoje, para te escrever, não fazes idéa a violencia  que fiz sobre mim …

Sinhoca,           

                                                                                                 Ouro Preto, 27 de maio de 1.887

            Recebi tua carta n’estte momento.

            Escrevo-te agora só para dizer-te que a Nikita sahe no dia 3º do corrente, não sahim a mais tempo (manda-te dizer ella) porque estava chumbando os dentes.

            Breve te escreverei com mais vagar: agora estou com muita pressa, para agradecer-te a carta que me escreveste. Estou, n’este momento em casa da Fanny. Vim visitar o Lulúca, foi hoje a primeira vez que o vi, depois q’. chegou, acreditas?

Lembranças à Monica.

Recebe um apertado abraço de tua

                                               Constancinha

Ouça a leitura da carta

Querida Sinhoca

            Escrevo-te hoje para dar-te uma bôa noticia, do contrário não te escreveria porque és uma ingrata que nem se lembra mais de mim, mas quero ter o prazer te dar o prazer de saber que o Calógeras estava lá na Quinta-feira,21 do corrente, elle sahe amanhã.

            Talvez tu te rias de eu falar n’essa criatura, e dirás: que ingenuidade, pensar que eu ainda penso em semelhante homem!

            Estar em casa de Ihá, vim passar alguns dias junto d’ella enquanto s Sr Gorceix sahin.

            Mas não escrevo mais, nem a ti nem à Nikita, enquanto ambas não me escreverem. Tanto ella como tu teêm escripto a Fanny, Caluta e Ihá, e a mim nem lembranças.

            Não tenho mais nada a dizer-te, sinão que estamos todos de perfeita saúde.

            Muitas lembranças a Nikita, Norica, Julinha, Luluca, Tia Maria e a todos, enfim.

            De tua amiga, que te abraça, Constancinha

           

P.S. a Ihá disse que amanhã vai escrever a Tio J.Caetano para agradecel-o e dar providencias a respeito da encomenda que elle fez.

 

Ouça a leitura da carta

Querida Sinhoca,
Que hei de eu te dizer? Nem eu mesma o sei (extr. do allbum do Nicésio). Por falar n’esse cujo, me lembrei que elle (Nicésio) casou-se em Queluz com uma moça muito conhecida, está morando aqui, e, consta-me, comprou na papelaria do Nicoláu.
Tenho recebido uma serie de cartas tuas, Às quais não tenho respondido por estar muito burra e um pouco doente, portanto, espero, me desculparás e continues a escrever-me, embora á isso tenha posto impedimento por minha negligencia, mas prometto-te que nunca mais te queixarás de mim á pretexto de não te escrever.
á respeito o que me escreveste, digo que ignorava a revolta das normalistas contra o Samuel, mas se isso é verdade, julgo que essas moças não são tão estúpidas como eu pensava, a pezar de que, nenhuma entrou em exame de arithméthica e só a Ignez e a Paulina entrarão no de portuguez sahindo reprovadíssimas. As de segundo anno fizeram todos os exames e passarão para o 3º e as do 3º tirarão seus títulos. Dizes também que por aqui consta que vais cazar-te. Nunca ouvi dizer isso depois que estás ausente e, a fallar-te, com franqueza, creio que não se fala de ti sinão entre família (a nossa). Pelo menos, logo que partiste me dizião que sómente eu havia de ter muita saudade de ti, mas agora creio que já te esquecerão (salvo algumas excepções). Mas não deves importar-te com isso, porque, bem sabes que quando se está aqui fala-se na gente, mas sem isso é o mesmo que não existir. Isso é a regra geral em O.P., eu mesmo julgo-me esquecida porque quase não passeio, e mesmo eu não estou aqui, estou mais lá contigo do que commigo.
Soube pela tua carta que o Calogeras e o Jaguaribe estava fóra, sabia só que elle havia feito exame, mas não sei o resultado d’esse exame.
Há muito que não vejo o Amintas, de quem só me lembro quando fallas n’elle, e não sabia que elle tinha ido a Côrte. Supponho que a ultima vez que o vi foi na soirée do Manéca, quando estavas aqui.
Fizesteis muito bem de entrardes para o Conservatório (Dirijo-me também a Nikita) principalmente esta, assim não façais como fizesteis com a Escola Normal. Eu também nunca mais lá fui.
A Ihá já me tinha dito que a irmã do Klier é muit0o aborrecida e falla, especialmente da alimentação dos ouro-pretanos, parece-me que este Klier teem o coração no estomago. Pois ha tão pouco tempo que seu pai morreu e ella já tocou e cantou aqui em concerto que Klier deu.
Minha amiga, as notícias que tenho á dar-te são todas tristes: Mariazinha aqui em casa, para dar mais um estupido ao ,umdo, o Sr Raymundo Athayde doido, (dizem os filhos que não é loucura; que é febre e que a febre é germinada pela congestão que elle teve, mas eu acho que elle está perfeitamente doudo, vejamos as suas proezas: esconde os pratos, talheres etc, e depois quer que a Marianna dê conta, ella que está sempre o espiando, vai buscar o encanamento, onde ela guarda, e entrega-o, e elle recebe com a mesma naturalidade que se não os tivesse escondido, à horas do jantar chama por Tia Donanna, Constancio, Antonio e vendo que nenhum d’elles responde senta-se á meza praguejando e chingando-os, dizendo que se estãio mal com elle que estejão; chama pelo Candido, que já morreu, e põe a Marianna em busca d’elle, o dia inteiro, por mais que ella diga: Ah! Sim é verdade, mas d’ahi a pouco está na mesma lida.
Uma notícia mais triste ainda é que o pai da Nininha Barbosa morreu.
A Paulina da Totóca vai cazar-se.
Abraço a todas e recommendo-me a meus tios
Não te esqueça de tua

Constancinha

Ouça a leitura da carta

Querida Sinhoca,
Perdoa-me se demoro á escrever-te, não tenho nada a dizer e estou tão zonza, ou tão estupida que não sei ligar duas idéas. Minha querida, estou com um gênio insuportável; tudo me aborrece ainda que nada me contrarie. Se todos vissem minh’alma, encontrarião no fundo d’ella tanto desprezo da vida que contrarião no fundo d’ella tanto desprezo da vida que ninguem me aturaria, pois eu mesma custo a me suportar.
Não vás dizer que a causa disso é falta de trabalho, não, não é. Quanto mais que eu tenho muito que fazer, e se não tivesse procuraria.
Cada moço que vejo me parece um vomitório (aqui n’esta rua é que é o passeio d’elles agora) a Isabelinha não sahe da janela e a toda hora grita: ahi vem Fulano. Isto me faz ter uma inveja d’elloa. Se eu me distrahisse com tão insignificantes cousas seria bem mais feliz.
Contudo não posso exprimir como estou alegre e ao mesmo tempo receiosa pela resolução e irresolução em que meu Tio está, de vir para Ouro Preto. Minha amiga, faze todo possível para vindes ainda que estás muito contente ahi, se tiveres […] gas ficarás feia e, portanto, triste. E quanto mais que não deves pensar só em ti: pensa em teu pai, que é a maior felicidade que tens n’este mundo… em tua mai e irmãs.
Adeus, minha queridíssima, receba um affectuoso abraço de tua
Constancinha

Chara Nikita,
Por mais que eu queira pensar que estás muito satisfeita ahi, não posso acreditar que uma, livre filha das montanhas(.) acostumada a respirar o ar livre de sua terra, possa viver suando 24 horas por dia e ouvindo as conversas estupidas e insensatas d’essas tagarelas fluminenses. Só a Nikita é que pode apreciar isso, mas tu és muitíssimo inteligente. Deixem dizer o que quiserem, o atraso da nossa terra em poesia .
Não deixe de pintar á Tio J.Caetano o perigo que correis de terdes beixigas (ainda que seja preciso exagerar) tu tens mais energia e depressa o com […] ras da verdade. Nem que tenhas pouca vontade vir, faze isso pelo amor de Deus e do próximo, tu sabes que não demoras muito aqui, depressa voltarás. Abraçarás tuas imas que terão imenmensa alegria; já não falo de tua prima, se eu tivesse igual comoção, se tu visses mesmo, eu ficaria louca, para isso eu acho que não falta muito. Se eu não enlouquecer é porque morrerei moça. Eu já tenho muito medo de estar doida.
Essas ultimas noites tenho sonhado muito contigo. Mnada-me dizer como passas, o que tens feito, se t5ens passeiado, etc.
O barão de Paranapiacaba veio aqui em casa com o filho, que está morando em casa de D.Cecilia, pediu-nos para ver o retrato do Papai, e quando o vio chorou como uma criança. O filho, de certo o conheces, e mesmo que não conhecesses, eu tambem não poderia dizer nada a seu respeito, porque estive com elle poucos instantes; o exterior é de um moço vulgar , mas o Barão é um homem inteligente (o que é raro n’um barão) e foi ou é um dos raros amigos do meu Pai.
A Zizinha Marçal já se cazou, e, ouvi dizer que a Zizinha ‘Alves casava-se […] mas ignoro se isso realizou-se. É com o Borgia que ella casou-se.
Estou quase sã, a tosse é que me faz perder a paciencia, mas eu acho que ainda não é a dos pthisicos (salvo a ortografia)
Abraço e beijo a Monica, Julinha, e Luluca e lembranças a meus tios.
De tua amiga que te abraça
Constancinha

(.) Não repare no pedantismo, elle surge da vontade que eu tenho que venhas para cá.

 

 

 

Ouça a leitura da carta

Querida Sinhoca,

Tu apostaste comprometer-me: fallas-me no Amintas como se elle fosse meu namorado; é cousa que eu, felizmente, não tenho; se eu tivesse e se fosse o dito, eu diria simplesmente que eras imprudente porque tuas castas são lidas pela Caluta e Ihá (salvo aquellas em q’ fallas no Calógeras).
Exijo que não escrevas mais d’essas asneiras em que não me perguntes pelo Calogeras, de quem não tenho notícias, quando tiver dartas-hei tambem não falles n’esta exigência, sinão está entornado o caldo; tu és bem capaz de fazer essa borrada de pato!
Minha querida, queira desculpar essas exigências e se não fizeres o que te peço estarei altamente comprometida, porque Mãmai não perdôa nada, não achas tú que eu tenho razão de sobra?
Terminados os pedidos e as satisfações, trataremos d’outra cousa.
O Antonio está prestes a chegar aqui, está aflitíssimo com a doença do Sr Raymundo (que não merece essas atenções). Eu acho que é a pessôa a quem mais tem encommodado a doença do Ilustre Usuario, porque elle (elle Ant.) é muito bom filho como é bom amigo. É uma excepção na família. Mais tarde eu te contarei cousas do arco da velha. Mas njão me escrevas nada á esse respeito.
Acabei de ler dous romances d’Escrich: – o manuscrito materno – que tinha /tem fama de muito bom e é uma porcaria (desculpa-me a expressão) e – A Mulher adúltera q. não te assuste o título, é um romance muito moral, e até beáto, posto que seja muito ruim. Forão-me recomendados pelo Pantaleão como uma obra prima (ou duas).
Esra carta é mais resumida do que as que eu te tenho escripto, mas, ainda assim, émuito mais extensa que todas as tuas á mim escriptas. Dirás quem déra que fosse mais curta , ao menos não encerrava tanta má criação. Perdôaá tua malcriada, é tão novinha!
Concluindo peço-te um beijo e que perdôa á tua prima que te abraça.
Constancinha

 

Julinha
Muito estimarei que estas mal traçadas linhas vá encontrar-lhe com saúde, que é o meu desejo. Recebi a tua cartinha a qual muito prazer me deu por saber que você e todos da familia gozão perfeita saúde.
Diga á Nonioca que eu fiz um crochet muito bonito para ella, mas não tendo portador para mandal-o e achando quem o comprasse por um preço muito além do que vendia se eu fizesse para vender, resolvi vendel-o, mas vou fazer outro.
Na tua carta não achei motivo nenhum para rir, sinão no lugar em que dizes que devia estra com saudade do péquetréfe do Amintas. Tu me humilhaste e eu me vi pela primeira vez humilhada.
Ainda não vi a irmã do Kalier, porque a Alice morava muito longe. Agora mora no chalet que tem no fundo da horta da D.Joanna Marçal. Já tive noticias de que ella é insuportável (ella Kilier) mas irei muito breve á casa de Alice.
A Totóca veio hoje participar-nos o casamento da Paulina com um pharmaceuthico, chamado Marciano Lôres; não sei se o conheces, eu nunca ouvi pronunciar esse nome, sinão hoje. Disse-nos tambem a Totóca que a Ignes breve será pedida por um moço que a adóra, segundo ella ouviu dizer na rua. Este é o Antonio Olimtho. O breve da Estephania acabou-se, começou o da Ignez.
Lembranças á todos de tua casa e um beijo á Norica outro a Nikita,
Recebe um abraço de tua amida
Constancinha

Sinhoca, suplemento tem por fim dar-te uma novidade de que ia me esquecendo. O Affonso Albino perguntou-me, haverá dous meses, o que eu achava melhor: elle ir para S. Paulo ou ficar aqui mesmo na Eschola de Minas. Eu respondi que era melhor ele ir para S.Paulo, porque elle tinha feito o último prepatratorio para estudar Direito e tinha essa tenção e perguntei ao mesmo tempo p que o obrigava a ficar aqui, ou se tinha mudado de resolução. Elle disse que ia mesmo para S.Paulo, visto que era o meu conselho, mas depois de refletir um momento, disse: Esperem bem que eu vá para S.Paulo, não vou, estudarei na Eschola. E assim foi ou é o idiota aqui ficou. Embora ficasse, poucas vezes o vejo porq’ está estudando com um affinco que não lhe dá tempo para mais nada.
a mesma

 

 

 

 

Ouça a leitura da carta

Querida Sinhoca
Principio dizendo que estou doente. Não te respondi, como me pediste, logo que recebi tua carta porque o Doutor Pedro me prohibiu de fazer qualquer trabalho que dependia de atenção, principalmente sendo preciso fixar o olhar. Se eu não estivesse vigiada teria escripto, apezar de eu ter tido experiencia que isso faz-me mal, porque, não sei se foi a comoção que senti quando li tuas cartas e a da Nikita, que me fez passar muito mal o resto do dia. Agora não te digo a moléstia porque ficarás assustada, deixa para quando escrever outra vez, que, com certeza já estou sã. Hoje estou melhor.
O Calogeras sahiu no dia 22 e não no dia 20, elle foi á caza da Ihá na manhã do dia em que partiu, eu ainda estava lá e não o vi porque demoirou-se muito pouco, e eu estava na horta n’esse tempo. Tive muito prazer de não o ver. Com certeza já sabes d’isso, já estiveste com elle, não?
O Cupertino que nós pensávamos estar no 2º anno, está no 3°, fez exame juncto com o Calogeras, a prova d’elle foi classificada em 2° lugar e a do Calogeras em 3°.
Não sei o que escrevo, tenho fébre e estou aspiando para ver se vem alguem para eu esconder o papel e a penna.
Sinhoca, quando me escreveres seja um pouquinho mais discreta porque é preciso esconder muito tuas cartas para que os outros não leião, ou então queimal-as, isso me custa muito, prefiro não saber os teus segredos a trahil-os, ainda que involuntariamente.
Adeus, minha querida, envio um abraço a Norica, um a Julinha, outro ao Luluca e muitas lembranças á meus tios, e tu receba um apertadíssimo de tuá amiga que te adora.
Constancinha

Queridissima Nikita
Não é preciso que me digas para pedir á Deus para que volteis, isso eu faço sempre, embora eu pensasse que estavas mais satisfeita lá do q.’aqui. Mas agora, que sei que tu tens vontade de voltar, redobro as supplicas.
Estive em casa da Ihá até o dia de S.João, n’esse dia viemos para as Cabeças, a Ihá almoçou, jantou e dormiu em caza da Caluta e no dia seguinte ficou até as 2 horas.
Tenho uma noticia a dar-te, mas é muito triste; a Angelina Catão está viúva e com cinco filhos. O marido morreu com 24 annos apenas. Outra tambem mui triste : o noivo da Ethelvina Lopes está prestes a morrer, talvez á esta hora já elle esteja morto.
Escreva-me o mais breve que te for possível, tu não fazes idéa a alegria q.’ eu tenho quando recebo uma carta de tua caza.
De tua amiga q.’ te abraça
Constancinha

P.S. Deixei as noticias ruins p’ra ti, reparas-te?
Mas isso não foi de proposito, desculpa-me.

 

 

 

 

Ouça a leitura da carta

Querida Sinhoca

            Não te asssutes mais com a minha moléstia, que foi uma cousa atôa: tive uma congestão pulmonar, e bem sabes que essa doença só tem perigo logo que ataca. Já não lanço mais sangue. Lançar sangue, propriamente, foi só duas vezes: uma logo que adoeci e outra no dia em que recebi a tua querida carta, fora disto , fora disto só algumas golfadas ou escarros, isso mesmo ja ha seis ou sete dias que não tenho mais nada, só uma tosse muito ammoladora.

            Consultei com o Dor Pedro á respeito da minha ida , mas elle disse que uma viagem agora me seria muito prejudicial (á mim não, á minha saúde) só d’aqui á alguns dous mezes, isso me faria muito bem. A Mamãi não disse que não deixava e nem que deixava eu ir, disse só que faria todo o sacrifício possível para eu ir curada.

            Perguntastes-me pela Ethelvina: o noivo morreu e ella está desesperada, contudo ella não fez nenhum berreiro no dia em que elle morreu, só o que ella fez foi cortar os cabelos e pôr dentro do caixão, cortou quase á escovinha, enfim, cortou quanto poude. Quizerão impedil-a de fazer isso, mas ella disse que tinha prazer em tel-os compridos porque elle achava-os bonitos (e ella os tinha lindos) mas agora que elle não podia ver, levasse consigo… que se ella toda não ia é porque não havião de querer enterral-a viva., mas que breve havia de ser enterrada morta. Eu acho que ella morre mesmo, desde que o noivo morreu (que há talvez cinco dias) ella não aceita alimento algum. Disse-me a mulher do – 36 – que ella está em uma cama, vestida com uma camisola de dormir que foi d’elle, e que não dá uma palavra á ninguem,  cumprimenta á todos com um sorriso tão triste q’ se ella chorasse não comoveria tanto. É muitíssimo infeliz a Ethelvina. A mai e o pai dela estão muito tristes com essa resolução, a mai chora, o pai esbravejava, mas ella não atende a cousa nenhuma. Dizem que o pai foi o autor da sua morte, porque os medicos disserão q.’ se elle cazasse sarava, mas o Sr Lopes não quis, por causa de u7m miserável conto de reis q.’ o padrinho deixou para a Ethelvina.

            Não tenho outro assumpto, por isso discorri tanto sobre esse que já deves estar amoollada, e por isso te digo – adeus.

            Diga á Nikita e a Notika que eu hoje não posso escrever para ellas, mas breve hei de fazer isso. Diga tambem á Nikita que eu vi o Chico Catão á poucos dias na janelado Sr Passos. Agradeço á todos o interesse q.’ tem tomado por mim. Lembranças á todos.

De tua amiga que te abraça

                                    Constancinha

 

P.S. Não espere que eu te escreva para depois me escreveres; não me deixavão fazer nada durante minha doença, de sorte que, agora tenho muito que fazer. Diga o mesmo ás outras.

 

 

 

 

Ouça a leitura da carta

Querida Sinhóca
Deves estar furiosa commigo, e eu dou-te razão, mas depois que souberes que tenho continuado doente me desculparás, sim? Pois hoje, para te escrever, não fazes idéa a violencia que fiz sobre mim. Não é tanto a moléstia nem a bambeza que provém d’ella que me desanimãoou me desanimavão, era a falta de assumpto; nem mesmo eu sabia como principiar a carta. Mas desde que eu tive o que te dizer é que cahia e recahi doente.
Tu não deves ignorar que ois estudantes da Escola de Minas – fizeram uma conferencia na casa da Escola onde morou o Juvenal de Sá e Silva, e que á noite houve uma concerto esplendido na Assembléa (tudo isso no dia 12 de outubro, 11º aniversário da Escola). Mas não quero estender-me á esse respeito, isto é somente para dar-te uma notícia do Calogeras. Elle veio aqui com o Jaguaribe para me convidarem á assistir ás festas. Está cada vez mais bonito e o Jaguaribe mais sympathico (não se pode dizer que está creatura é bonita). Mamai achou-os muito distinctos (não como a Nikita acha). A razão da extrema sympathia que ela notou n’elles, suponho que é a seguinte: dissemos que não podíamos ir porque eu estava com uma bronchite fortíssima, e elle disse que ao menos á conferencia podíamos ir; mas eu, que me lembrei d’um vomitório de tártaro que tinha torrado dous dias antes do que da molestia, sentindo não ir ao concerto, disse: não sei qdo hei de me curar! Isto foi motivo para Calogeras e o Jaguaribe rirem-se muito de mim, pensando (que idiótas) que eu estava com muito medo de morrer. Mamãi pensa sempre de mim o que eles pensarão n’esse momento, e, por isso, ella pensou que eles me animarão muito porque fiquei um pouco alegre. Não é natural que eu ficasse? Não via o Calogeras a muito tempo, e eu estimo-o muito porque tu… tu bem sabes.
Breve te darei outras noticias dos ditos, porque mandei-lhes umas flôres, que eles me pedirão e ficarão de, elles mesmos, trazerem o cêsto.
Por causa d’esse cêsto temos passado apuros, isto é modo de dizer, quem tem passado apuro é a Mamai, eu tenho ouvido amolações, porque o cêsto é da Mariasinha e ella chama-o todos os dias querendo que mandemos buscal-o, embora elles ficassem de trezel-o, porque, diz ella, isto de estudantes… O cêsto custou 4 cobres, os galés trouxerão n’esse dia muitos outros, e por infelicidade nossa, não trazem mais. A Mariasinha está aqui em casa, deve haver dous mezes e ainda não pario (Ai!).
Dizes que sentes muito calôr e por isso tens inveja de mim, pois eu tenho muito mais de ti porque estou ficando corcunda por me encolher (não é cassuada não) para evitar o frio no peito, onde eu sinto mais.
Aqui as jabuticabas estão dando com extrema abundancia, e dizem todos que não são magnificas. Até n’isso tenho inveja de ti, porque eu vejo e não as posso comer. Desde junho que tenho tomádo remédios, um após outro, e, presentemente estou tomando dous e sendo ficcionada nas costas com óleo de cróton, já é a segunda vez que uso d’este ultimo, que é mil vezes mais cáustico do que o iôdo, digo isto porque o Dor Pedro disse que o iôdo não queimava quanto bastasse. Diga isso a Nikita para que ella fique tão paciente como eu. A primeira vez que me applicado esse remédio, minhas cartas, desde o pescoço até a cintura ficarão amarellas de pús, e só quando ficarão assim é que fiz a ultima fricção, senti dôres horríveis e deppois uma coceira infernal. D’esta ultima vez, agora pe que tem as primeiras bôlhas.
Tu, quando me escreves, não dás nunca noticias de ninguem d’ahi. A Nikita foi doente, a Norika um pouco morrinhenta.
Diga-me como vão ellas, se já uma sarou e a outra largou os queixumes. A Norica, se bem me lembro, está lambiscando um… um… um fidalgo (não é mesmo isso?). Que faça bom proveito. Manda me dizer se isso continua, e com que caráter.
Espero que me escrevas brevemente. Todos os nossos que cá estão vão passando muito bem, graças a Deus. Soubemos por intermédio da Tia Izabel que o nosso primo Joaquim Cavalcanti perdeu a mulher.
Não me escrevas tão laconicamente como costumas, eu desejo ter noticias minuciosas de lá, somente da tua casa, o mais pouco me importa. Eu ja dei o exemplo, e espero que o sigas.
Beijos á todos e a ti e Nikita mais ainda.
De tua
Constancinha

Julinha escrevo-te agora, não com intento de aproveitar esta nesga, mas sim para não esfriar a nossa correspondencia, se não te escrevo mais é porque a luz se me somme dos olhos e a mão cançada desfallece.
Adeus, recebe um beijo detua prima
Constança

 

 

 

 

Querida Sinhóca
Deves estar furiosa commigo, e eu dou-te razão, mas depois que souberes que tenho continuado doente me desculparás, sim? Pois hoje, para te escrever, não fazes idéa a violencia que fiz sobre mim. Não é tanto a moléstia nem a bambeza que provém d’ella que me desanimãoou me desanimavão, era a falta de assumpto; nem mesmo eu sabia como principiar a carta. Mas desde que eu tive o que te dizer é que cahia e recahi doente.
Tu não deves ignorar que ois estudantes da Escola de Minas – fizeram uma conferencia na casa da Escola onde morou o Juvenal de Sá e Silva, e que á noite houve uma concerto esplendido na Assembléa (tudo isso no dia 12 de outubro, 11º aniversário da Escola). Mas não quero estender-me á esse respeito, isto é somente para dar-te uma notícia do Calogeras. Elle veio aqui com o Jaguaribe para me convidarem á assistir ás festas. Está cada vez mais bonito e o Jaguaribe mais sympathico (não se pode dizer que está creatura é bonita). Mamai achou-os muito distinctos (não como a Nikita acha). A razão da extrema sympathia que ela notou n’elles, suponho que é a seguinte: dissemos que não podíamos ir porque eu estava com uma bronchite fortíssima, e elle disse que ao menos á conferencia podíamos ir; mas eu, que me lembrei d’um vomitório de tártaro que tinha torrado dous dias antes do que da molestia, sentindo não ir ao concerto, disse: não sei qdo hei de me curar! Isto foi motivo para Calogeras e o Jaguaribe rirem-se muito de mim, pensando (que idiótas) que eu estava com muito medo de morrer. Mamãi pensa sempre de mim o que eles pensarão n’esse momento, e, por isso, ella pensou que eles me animarão muito porque fiquei um pouco alegre. Não é natural que eu ficasse? Não via o Calogeras a muito tempo, e eu estimo-o muito porque tu… tu bem sabes.
Breve te darei outras noticias dos ditos, porque mandei-lhes umas flôres, que eles me pedirão e ficarão de, elles mesmos, trazerem o cêsto.
Por causa d’esse cêsto temos passado apuros, isto é modo de dizer, quem tem passado apuro é a Mamai, eu tenho ouvido amolações, porque o cêsto é da Mariasinha e ella chama-o todos os dias querendo que mandemos buscal-o, embora elles ficassem de trezel-o, porque, diz ella, isto de estudantes… O cêsto custou 4 cobres, os galés trouxerão n’esse dia muitos outros, e por infelicidade nossa, não trazem mais. A Mariasinha está aqui em casa, deve haver dous mezes e ainda não pario (Ai!).
Dizes que sentes muito calôr e por isso tens inveja de mim, pois eu tenho muito mais de ti porque estou ficando corcunda por me encolher (não é cassuada não) para evitar o frio no peito, onde eu sinto mais.
Aqui as jabuticabas estão dando com extrema abundancia, e dizem todos que não são magnificas. Até n’isso tenho inveja de ti, porque eu vejo e não as posso comer. Desde junho que tenho tomádo remédios, um após outro, e, presentemente estou tomando dous e sendo ficcionada nas costas com óleo de cróton, já é a segunda vez que uso d’este ultimo, que é mil vezes mais cáustico do que o iôdo, digo isto porque o Dor Pedro disse que o iôdo não queimava quanto bastasse. Diga isso a Nikita para que ella fique tão paciente como eu. A primeira vez que me applicado esse remédio, minhas cartas, desde o pescoço até a cintura ficarão amarellas de pús, e só quando ficarão assim é que fiz a ultima fricção, senti dôres horríveis e deppois uma coceira infernal. D’esta ultima vez, agora pe que tem as primeiras bôlhas.
Tu, quando me escreves, não dás nunca noticias de ninguem d’ahi. A Nikita foi doente, a Norika um pouco morrinhenta.
Diga-me como vão ellas, se já uma sarou e a outra largou os queixumes. A Norica, se bem me lembro, está lambiscando um… um… um fidalgo (não é mesmo isso?). Que faça bom proveito. Manda me dizer se isso continua, e com que caráter.
Espero que me escrevas brevemente. Todos os nossos que cá estão vão passando muito bem, graças a Deus. Soubemos por intermédio da Tia Izabel que o nosso primo Joaquim Cavalcanti perdeu a mulher.
Não me escrevas tão laconicamente como costumas, eu desejo ter noticias minuciosas de lá, somente da tua casa, o mais pouco me importa. Eu ja dei o exemplo, e espero que o sigas.
Beijos á todos e a ti e Nikita mais ainda.
De tua
Constancinha

Julinha escrevo-te agora, não com intento de aproveitar esta nesga, mas sim para não esfriar a nossa correspondencia, se não te escrevo mais é porque a luz se me somme dos olhos e a mão cançada desfallece.
Adeus, recebe um beijo de tua prima Constança

 

 

Querida Sinhóca
Deves estar furiosa commigo, e eu dou-te razão, mas depois que souberes que tenho continuado doente me desculparás, sim? Pois hoje, para te escrever, não fazes idéa a violencia que fiz sobre mim. Não é tanto a moléstia nem a bambeza que provém d’ella que me desanimãoou me desanimavão, era a falta de assumpto; nem mesmo eu sabia como principiar a carta. Mas desde que eu tive o que te dizer é que cahia e recahi doente.
Tu não deves ignorar que ois estudantes da Escola de Minas – fizeram uma conferencia na casa da Escola onde morou o Juvenal de Sá e Silva, e que á noite houve uma concerto esplendido na Assembléa (tudo isso no dia 12 de outubro, 11º aniversário da Escola). Mas não quero estender-me á esse respeito, isto é somente para dar-te uma notícia do Calogeras. Elle veio aqui com o Jaguaribe para me convidarem á assistir ás festas. Está cada vez mais bonito e o Jaguaribe mais sympathico (não se pode dizer que está creatura é bonita). Mamai achou-os muito distinctos (não como a Nikita acha). A razão da extrema sympathia que ela notou n’elles, suponho que é a seguinte: dissemos que não podíamos ir porque eu estava com uma bronchite fortíssima, e elle disse que ao menos á conferencia podíamos ir; mas eu, que me lembrei d’um vomitório de tártaro que tinha torrado dous dias antes do que da molestia, sentindo não ir ao concerto, disse: não sei qdo hei de me curar! Isto foi motivo para Calogeras e o Jaguaribe rirem-se muito de mim, pensando (que idiótas) que eu estava com muito medo de morrer. Mamãi pensa sempre de mim o que eles pensarão n’esse momento, e, por isso, ella pensou que eles me animarão muito porque fiquei um pouco alegre. Não é natural que eu ficasse? Não via o Calogeras a muito tempo, e eu estimo-o muito porque tu… tu bem sabes.
Breve te darei outras noticias dos ditos, porque mandei-lhes umas flôres, que eles me pedirão e ficarão de, elles mesmos, trazerem o cêsto.
Por causa d’esse cêsto temos passado apuros, isto é modo de dizer, quem tem passado apuro é a Mamai, eu tenho ouvido amolações, porque o cêsto é da Mariasinha e ella chama-o todos os dias querendo que mandemos buscal-o, embora elles ficassem de trezel-o, porque, diz ella, isto de estudantes… O cêsto custou 4 cobres, os galés trouxerão n’esse dia muitos outros, e por infelicidade nossa, não trazem mais. A Mariasinha está aqui em casa, deve haver dous mezes e ainda não pario (Ai!).
Dizes que sentes muito calôr e por isso tens inveja de mim, pois eu tenho muito mais de ti porque estou ficando corcunda por me encolher (não é cassuada não) para evitar o frio no peito, onde eu sinto mais.
Aqui as jabuticabas estão dando com extrema abundancia, e dizem todos que não são magnificas. Até n’isso tenho inveja de ti, porque eu vejo e não as posso comer. Desde junho que tenho tomádo remédios, um após outro, e, presentemente estou tomando dous e sendo ficcionada nas costas com óleo de cróton, já é a segunda vez que uso d’este ultimo, que é mil vezes mais cáustico do que o iôdo, digo isto porque o Dor Pedro disse que o iôdo não queimava quanto bastasse. Diga isso a Nikita para que ella fique tão paciente como eu. A primeira vez que me applicado esse remédio, minhas cartas, desde o pescoço até a cintura ficarão amarellas de pús, e só quando ficarão assim é que fiz a ultima fricção, senti dôres horríveis e deppois uma coceira infernal. D’esta ultima vez, agora pe que tem as primeiras bôlhas.
Tu, quando me escreves, não dás nunca noticias de ninguem d’ahi. A Nikita foi doente, a Norika um pouco morrinhenta.
Diga-me como vão ellas, se já uma sarou e a outra largou os queixumes. A Norica, se bem me lembro, está lambiscando um… um… um fidalgo (não é mesmo isso?). Que faça bom proveito. Manda me dizer se isso continua, e com que caráter.
Espero que me escrevas brevemente. Todos os nossos que cá estão vão passando muito bem, graças a Deus. Soubemos por intermédio da Tia Izabel que o nosso primo Joaquim Cavalcanti perdeu a mulher.
Não me escrevas tão laconicamente como costumas, eu desejo ter noticias minuciosas de lá, somente da tua casa, o mais pouco me importa. Eu ja dei o exemplo, e espero que o sigas.
Beijos á todos e a ti e Nikita mais ainda.
De tua
Constancinha

Julinha escrevo-te agora, não com intento de aproveitar esta nesga, mas sim para não esfriar a nossa correspondencia, se não te escrevo mais é porque a luz se me somme dos olhos e a mão cançada desfallece.
Adeus, recebe um beijo detua prima
Constança

 

 

 

 

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